Ele negou ter cogitado ações fora da legalidade, mas admitiu ter discutido medidas constitucionais, como o Estado de sítio, Estado de defesa ou a aplicação do artigo 142 da Constituição
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu nesta quinta-feira, 28, o relatório da Polícia Federal (PF) que o acusa de envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado. Em entrevista ao programa Oeste sem Filtro, da Revista Oeste, Bolsonaro chamou o documento de “peça de ficção”, “golpe de festim” e “pirotecnia”.
“Falar em golpe de Estado com um general da reserva, quatro oficiais e um agente da PF é outra piada”, declarou o ex-presidente, que também criticou o inquérito da PF, alegando que ele utiliza práticas ilegais, como a chamada “pesca probatória”. “Eles pegam o telefone de alguém, veem os contatos, vão atrás de outras pessoas e criam uma historinha. É risível.”
Bolsonaro, que figura como alvo central do inquérito ao lado de outros 36 indiciados, afirmou que a investigação tem motivações políticas, atribuindo a ofensiva ao fato de ter “atrapalhado gente importante que vivia de recursos públicos” durante seu governo. “Nós fechamos esse ralo”, destacou.
O ex-presidente também comentou o apoio popular que afirma ainda receber, comparando-o ao do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Ninguém entende como eu ando pelo Brasil arrastando multidões e o outro cara não consegue ir numa esquina”, disse Bolsonaro.
Sobre as acusações de golpe, ele negou ter cogitado ações fora da legalidade, mas admitiu ter discutido medidas constitucionais, como o Estado de sítio, Estado de defesa ou a aplicação do artigo 142 da Constituição. “Golpe usando a Constituição? O que está dentro da Constituição, você pode utilizar”, argumentou, reiterando que sempre agiu “dentro das quatro linhas da Constituição”.
Por fim, Bolsonaro afirmou que, após ser declarado inelegível por oito anos, seus adversários políticos agora buscam incriminá-lo judicialmente. “O que eles querem agora é arranjar uma cadeia pra mim”, concluiu.