Apesar do avanço, o ministro Barroso deixou claro que a ferramenta não substitui a atuação humana
Nesta segunda-feira, 16, o Supremo Tribunal Federal (STF) apresentou sua nova ferramenta de inteligência artificial (IA) em cerimônia realizada no Salão Branco da sede do Tribunal, em Brasília. O sistema, denominado Maria – sigla para Módulo de Apoio para Redação com Inteligência Artificial –, foi destacado como um avanço tecnológico significativo para a Corte.
Durante o evento, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, explicou a inovação: “É a primeira ferramenta do STF que utiliza inteligência artificial generativa, que é aquela inteligência capaz de produzir, de gerar conteúdos e que elabora textos”.
A secretária de Tecnologia e Inovação do STF, Natacha Moraes de Oliveira, reforçou o impacto positivo da implementação: “Nosso objetivo é oferecer soluções tecnológicas que tragam mais celeridade e eficiência à prestação jurisdicional”. Ela ainda destacou que a evolução da ferramenta dependerá do feedback dos usuários, garantindo melhorias contínuas.
Inspirada no sistema Galileu, do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4), no Rio Grande do Sul, Maria foi desenvolvida internamente e atuará em três áreas principais: produção de relatórios em processos recursais, análise inicial de processos de reclamação e resumo de votos. No futuro, o sistema será expandido para incluir geração automática de relatórios e identificação de precedentes jurídicos.
Apesar do avanço, o ministro Barroso deixou claro que a ferramenta não substitui a atuação humana: “Nada do que a gente tem feito para agilizar a jurisdição dispensa o trabalho e a responsabilidade do juiz”. Segundo ele, a IA atuará apenas como suporte, mantendo a responsabilidade final sobre os textos com os magistrados e servidores.