Após o Brasil, destacaram-se Barbados (30,5%), Argentina (29,6%), Jamaica (29,3%) e Nicarágua (27,8%)
Com uma carga tributária correspondente a 33,3% do Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil registra o maior índice fiscal entre os países da América Latina, segundo estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O levantamento, que avaliou 26 economias da região, revela que a média latino-americana em 2022 foi de 21,5%, colocando o Brasil muito acima de seus vizinhos.
Após o Brasil, destacaram-se Barbados (30,5%), Argentina (29,6%), Jamaica (29,3%) e Nicarágua (27,8%). Apesar da alta arrecadação, a análise levanta preocupações quanto à qualidade do retorno social proporcionado pelo governo brasileiro, em contraste com outros países com cargas tributárias semelhantes.
Segundo a Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado, o elevado percentual no Brasil pode ser explicado pelo peso de seus gastos sociais. Contudo, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) critica a eficiência desse gasto. “Temos países em que a carga tributária é maior, mas são países desenvolvidos e que oferecem para a população um retorno bastante significativo, o que não acontece no Brasil”, afirma João Eloi Olenike, presidente-executivo do IBPT.
O relatório também destacou que o Brasil ocupa a última posição no índice de retorno de bem-estar à sociedade entre os 30 países com maior carga tributária. Adicionalmente, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro é o menor desse grupo, evidenciando uma lacuna entre arrecadação e qualidade dos serviços públicos oferecidos.
Desde 1990, a carga tributária brasileira aumentou 5,5 pontos percentuais, enquanto a América Latina teve um acréscimo médio de 6,9 pontos no mesmo período. Mesmo com essa elevação, o contraste entre a arrecadação e os benefícios percebidos pela população continua sendo um dos principais desafios enfrentados pelo país.