Aos 75 anos, Caiado encara questões jurídicas após ser condenado por abuso de poder político
Após o desempenho expressivo da centro-direita nas eleições municipais de 2024, governadores opositores ao presidente Lula (PT) começam a organizar estratégias para a disputa presidencial de 2026. Sem Jair Bolsonaro (PL) na corrida, devido à inelegibilidade imposta pelo TSE, lideranças como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Ratinho Junior (PSD-PR), Eduardo Leite (PSDB-RS) e Romeu Zema (Novo-MG) despontam como possíveis candidatos ao Planalto.
Entre os nomes, Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, é considerado o mais forte. Sua popularidade e habilidade em dialogar tanto com o bolsonarismo quanto com setores moderados da direita ampliam suas chances. Apesar de tensões com aliados, como o PSD de Gilberto Kassab, Tarcísio segue consolidando sua base, especialmente após aliados vencerem em 205 cidades paulistas nas eleições municipais. Ainda assim, sua dependência do legado de Bolsonaro e as divisões em sua base política são desafios que ele precisa superar.
Já Ronaldo Caiado, de Goiás, expressou abertamente sua intenção de concorrer à Presidência, independentemente das articulações nacionais. Aos 75 anos, Caiado encara questões jurídicas após ser condenado por abuso de poder político, mas o União Brasil fortaleceu sua posição no estado ao vencer em 95 prefeituras.
No Paraná, Ratinho Junior obteve um desempenho eleitoral sólido, com vitórias em 164 municípios, incluindo Curitiba. Sua agenda de infraestrutura e privatizações reforça sua imagem como gestor eficiente. Contudo, sua candidatura presidencial depende das decisões internas do PSD e do líder do partido, Gilberto Kassab, que pode optar por outro nome.
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, permanece como uma opção de centro-direita. Apesar da perda de protagonismo do PSDB no cenário nacional, Leite mantém sua base política estável, com aliados como PP, MDB e PL liderando no estado. No entanto, a viabilidade de sua candidatura depende de alianças com outros partidos.
Romeu Zema, de Minas Gerais, enfrenta dificuldades para se firmar como candidato viável. Apesar da aliança com Bolsonaro, sua força política foi abalada após a derrota em Belo Horizonte, onde Fuad Noman (PSD) foi reeleito. Embora tenha afirmado não ter interesse na disputa presidencial, Zema admite reavaliar sua posição se houver consenso em torno de seu nome.
A maior dificuldade da oposição será alinhar as diversas forças da direita e centro-direita em torno de um único candidato. Caso Tarcísio decida não concorrer, a fragmentação interna pode enfraquecer a base e comprometer a disputa contra Lula. “O consenso será fundamental para evitar dispersão e maximizar as chances de vitória”, avaliam analistas.
Com as articulações previstas para se intensificarem em 2025, os próximos dois anos serão decisivos para definir quem terá a força necessária para liderar a oposição e desafiar o presidente em 2026.