A maior parte da dívida é atribuída à Comurg, com R$ 2,35 bilhões
Nesta terça-feira, 7, a Comissão de Transição da Prefeitura de Goiânia encerrou suas atividades com a apresentação de um relatório detalhado sobre a situação administrativa e financeira do município. O documento, com 91 páginas, revelou que Goiânia acumula uma dívida total de R$ 3.402.356.621,54, sendo que R$ 334.528.847,23 foram deixados pela gestão anterior.
Entre os principais destaques, o coordenador da comissão, Paulo Ortegal, enfatizou a inclusão da dívida da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). “Já há uma decisão transitada em julgado pelo TCM que reconhece a Comurg como uma estatal dependente. Portanto, a responsabilidade é da Prefeitura”, justificou Ortegal. Ele também informou que as assinaturas na ata dos trabalhos já estão sendo recolhidas. “Esse documento será enviado junto às contas de governo ao Tribunal de Contas dos Municípios no final de março ou início de abril”, detalhou.
O relatório identificou pendências financeiras significativas, como faturas não regularizadas que somam R$ 3.067.827.774,31. A maior parte da dívida é atribuída à Comurg, com R$ 2,35 bilhões. Outras áreas críticas incluem a Secretaria Municipal de Saúde (R$ 609 milhões), o Tesouro Municipal (R$ 300 milhões), o Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas), com R$ 226 milhões, e as Maternidades Dona Iris e Nascer Cidadão, que juntas acumulam R$ 236,11 milhões.
Ortegal avaliou positivamente o trabalho da comissão, apesar de algumas limitações. “As informações solicitadas à gestão anterior foram fornecidas de forma parcial, mas foram suficientes para concluirmos o relatório. Tudo foi realizado dentro da normalidade e conforme as determinações do TCM”, afirmou.
Outros órgãos municipais, como a Secretaria de Educação (SME), a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) e a Secretaria Municipal de Administração (Semad), também possuem dívidas expressivas, que variam de R$ 60 milhões a R$ 30 milhões. O diagnóstico apresentado servirá como base para a nova gestão comandada pelo prefeito Sandro Mabel, que terá o desafio de reorganizar as finanças públicas e priorizar investimentos essenciais para a cidade.