Além dos salários atrasados, a nova gestão herdou uma dívida de R$ 300 milhões
No último mês de sua gestão, dezembro de 2024, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano (União Brasil), destinou R$ 135 milhões para o pagamento de alguns fornecedores, deixando os servidores municipais sem o salário referente a dezembro. A atual administração informa que seriam necessários R$ 58 milhões para quitar a folha salarial, incluindo encargos.
Entre 1º e 31 de dezembro, Vilmar optou por não priorizar o pagamento da folha líquida dos servidores, estimada em R$ 40 milhões. Como resultado, 11.370 funcionários municipais ficaram sem receber, afetando indiretamente mais de 50 mil pessoas que dependem desses rendimentos.
Leandro Vilela, que assumiu a prefeitura em 1º de janeiro, classificou a ação do antecessor como um “verdadeiro calote” nos servidores. O novo prefeito determinou que a situação seja comunicada ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e ordenou uma auditoria nos pagamentos realizados no final do mandato anterior.
Além dos salários atrasados, a nova gestão herdou uma dívida de R$ 300 milhões e encontrou apenas R$ 9 milhões em saldo bancário. Para enfrentar a crise financeira, Vilela anunciou medidas de contenção de despesas, incluindo a revisão de contratos e a redução de, no mínimo, 30% nos cargos comissionados. Ele afirmou que pretende “fazer uma economia forte para honrar os compromissos e colocar Aparecida de volta nos trilhos do desenvolvimento”.
O prefeito garantiu que pagará a folha salarial pendente assim que houver recursos disponíveis. No entanto, a prefeitura enfrenta dificuldades operacionais, já que a gestão anterior não quitou pagamentos à empresa responsável pela manutenção do sistema e pela internet, prejudicando a arrecadação municipal.
A atitude de Vilmar Mariano rompeu uma tradição de mais de 15 anos, iniciada pelos ex-prefeitos Maguito Vilela e Gustavo Mendanha, de pagar os salários dentro do mês trabalhado. Nem mesmo o antecessor de Maguito, José Macedo, deixou os servidores com salários atrasados.