Este é o segundo ano consecutivo que Arthur Lira não participa das celebrações relacionadas ao 8 de janeiro
Nesta quarta-feira, 8, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comandou uma série de eventos em Brasília para marcar os dois anos dos atos antidemocráticos que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em janeiro de 2023. As cerimônias, organizadas pelo governo federal, contaram com quatro etapas principais e destacaram a recuperação de obras de arte danificadas durante o episódio.
O primeiro ato ocorreu às 9h30, na Sala de Audiências do Palácio do Planalto, onde foram reapresentadas peças restauradas, como o relógio do século XVII de Balthazar Martinot e André Boulle, presente da Corte francesa a dom João VI, e uma ânfora portuguesa em cerâmica esmaltada. As obras haviam sido devolvidas na segunda-feira, 6, após restauração.
Às 10h30, iniciou-se o segundo momento, marcado pelo descerramento da obra “As Mulatas”, de Di Cavalcanti. Na ocasião, alunos do Projeto de Educação Patrimonial entregaram réplicas da ânfora e da pintura ao presidente. Em seguida, às 11h, autoridades se reuniram no Salão Nobre do Planalto para a terceira etapa do evento.
Apesar dos convites estendidos aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, da Câmara, Arthur Lira, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, nenhum deles compareceu. O Senado foi representado pelo vice-presidente Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), enquanto o STF enviou Edson Fachin. Ministros como Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia estiveram presentes.
O quarto e último ato, denominado “Abraço da Democracia”, ocorreu na Praça dos Três Poderes e reuniu cerca de mil participantes, entre movimentos sociais e representantes de 60 entidades organizadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Após descer a rampa do Planalto com as principais autoridades presentes, Lula participou do encerramento, destacando a importância da preservação da democracia brasileira.
A ausência dos líderes dos outros Poderes foi notável. Este é o segundo ano consecutivo que Arthur Lira não participa das celebrações relacionadas ao 8 de janeiro. Em 2024, ele alegou problemas familiares e permaneceu em Maceió. Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também não compareceu, pois está de férias.
O governo federal buscou reforçar o simbolismo dos atos, enfatizando a união entre as instituições e a recuperação do patrimônio público como um marco de resistência democrática.