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Segundo Estadão, Mídia Ninja usa ONGs para receber verba pública

Mesmo sem personalidade jurídica própria, a Mídia Ninja financia seus projetos por meio de entidades comandadas por seus cofundadores

Foto: reprodução

A rede de comunicação Mídia Ninja, conhecida por seu alinhamento à esquerda, tem obtido recursos do governo federal por meio de ONGs ligadas a seus fundadores, apesar de afirmar publicamente que não é bancada com dinheiro público. Durante o atual mandato de Lula (PT), duas entidades associadas ao grupo receberam R$ 4 milhões em convênios, emendas parlamentares e incentivos fiscais.

Liderado pelo ativista Pablo Capilé, o movimento apoiou a candidatura de Lula em 2022, promovendo campanhas para virar votos e comemorando a vitória do petista com a mensagem “vencemos” em suas redes sociais. No entanto, as ONGs envolvidas negam qualquer favorecimento político e alegam ser apenas parceiras da Mídia Ninja, sem falar em nome do movimento.

Mesmo sem personalidade jurídica própria, a Mídia Ninja financia seus projetos por meio de entidades comandadas por seus cofundadores. Desde 2023, essas organizações receberam R$ 1,6 milhão, com mais R$ 2,4 milhões previstos via convênios e incentivos do Ministério da Cultura e do Ministério da Justiça. Entre esses valores, R$ 985 mil foram autorizados para captação via Lei Rouanet, mas, segundo um dos dirigentes, ainda não foram arrecadados.

Os projetos financiados com recursos públicos frequentemente levam o nome Ninja ou fazem parte do site oficial do movimento. A principal beneficiada é a Associação Coletivo Cultural, que obteve R$ 3,4 milhões. Parte desse montante, R$ 296 mil, veio de um convênio com a Fundação Nacional de Artes (Funarte), vinculada ao Ministério da Cultura.

A ligação entre a ONG e a Mídia Ninja se torna mais evidente ao se observar que seus líderes, Talles Pereira Lopes e Karla Kristina Oliveira Martins, além de serem fundadores do movimento, integraram colegiados da Funarte que selecionaram projetos justamente no período em que sua organização foi contemplada com recursos.

Em resposta às denúncias, o Ministério da Cultura afirmou que seguiu critérios estabelecidos em portaria para a escolha de dez representantes da sociedade civil com atuação reconhecida no setor artístico. A seleção também considerou diversidade territorial, étnico-racial, de gênero e de atuação. As informações foram reveladas pelo Estadão.

Aline Coelho

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