No encontro, Valdemar demonstrou entusiasmo com a reaproximação e destacou sua intenção de manter contato frequente com o ex-presidente

Após mais de um ano afastados por determinação judicial, Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto voltaram a se encontrar publicamente nesta quarta-feira, 12, em Brasília. O reencontro aconteceu durante um almoço em uma churrascaria na capital federal, marcando a reaproximação entre o ex-presidente e o presidente do PL.
A proibição do contato entre os dois havia sido imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em fevereiro do ano passado, como parte da Operação Tempus Veritatis, conduzida pela Polícia Federal. A investigação apurava uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Enquanto Valdemar foi indiciado, mas não denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro seguiu como alvo da apuração. Na terça-feira, 11, Moraes revogou a restrição, permitindo a retomada do diálogo.
Agora, com a liberdade para se comunicarem, Bolsonaro e Valdemar se concentram na mobilização política para aprovar o PL da Anistia antes das eleições do próximo ano. “O PL da Anistia para nós é uma prioridade. Todos os partidos, com exceção da esquerda, estão do nosso lado ou muito favoráveis”, afirmou Bolsonaro.
No encontro, Valdemar demonstrou entusiasmo com a reaproximação e destacou sua intenção de manter contato frequente com o ex-presidente. “Todos os dias sobre política, e as bombas eu jogo todas na mão do Bolsonaro”, declarou. Além deles, participaram do almoço Michelle Bolsonaro, os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Carlos Portinho (PL-RJ), os deputados Altineu Côrtes (PL-RJ) e Eduardo Pazuello (PL-RJ), além do ex-ministro Onyx Lorenzoni.
Bolsonaro também aproveitou a ocasião para reforçar a convocação para o ato público na Avenida Paulista, marcado para domingo, 16. Ele estima que até um milhão de pessoas compareçam ao evento, no qual discursará exclusivamente sobre o PL da Anistia. “Não vou cobrar o Hugo Motta. Ele sabe o que tem que fazer. É uma pessoa equilibrada. Conversei com ele antes das eleições. Não fiz exigência nenhuma. Nós, como parlamentares, você olhando no olho sabe o que o outro quer. Não é prioridade minha não, é de quem tem coração”, disse.
Mais cedo, Bolsonaro desembarcou em Brasília após compromissos em São Paulo. No aeroporto, encontrou-se rapidamente com o secretário de governo paulista e presidente do PSD, Gilberto Kassab. Segundo Bolsonaro, não houve tempo para um diálogo aprofundado, mas ele já havia procurado Kassab anteriormente para solicitar apoio do PSD ao PL da Anistia. De acordo com o ex-presidente, Kassab manifestou simpatia pela proposta. Em declarações públicas, no entanto, o presidente do PSD afirmou que liberará os parlamentares do partido para votarem conforme sua própria avaliação.