A Polícia Militar, no entanto, não detalhou como chegou ao número divulgado, intensificando os questionamentos sobre a veracidade da informação

A divergência nos números de participantes do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizado no domingo, 16, na Praia de Copacabana, levou dois deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) a pedir explicações. Enquanto a Polícia Militar do Rio estimou um público superior a 400 mil pessoas, levantamento da Universidade de São Paulo (USP) apontou 18,3 mil manifestantes, uma diferença expressiva.
A deputada estadual Renata Souza (PSOL) acionou o Ministério Público na segunda-feira, 17, para que investigue se houve interferência do governador Cláudio Castro (PL) na divulgação dos dados. “O Ministério Público recebeu a nossa representação para apurar o uso da PMERJ para divulgar dados inconsistentes do ato de Bolsonaro. Explica essa, governador Cláudio Castro”, escreveu a parlamentar no X.
Já o deputado estadual Yuri Moura (PSOL) solicitou esclarecimentos à Polícia Militar sobre a metodologia utilizada para calcular o número de manifestantes. Diferente da PM, o Monitor do Debate Público do Meio Digital, da USP, utilizou um drone para capturar imagens aéreas e um software para identificar e marcar automaticamente as cabeças dos participantes.
Os organizadores do evento estimavam a presença de 1 milhão de pessoas, segundo Bolsonaro. A Polícia Militar, no entanto, não detalhou como chegou ao número divulgado, intensificando os questionamentos sobre a veracidade da informação.