Nome antes associado ao bastidor da política, Michelle Bolsonaro começa a se projetar como possível candidata ao cargo mais alto do país, alimentando expectativas dentro da direita brasileira. O avanço de sua atuação pública e política tem chamado atenção de lideranças conservadoras, que enxergam nela não apenas uma sucessora de Jair Bolsonaro, mas uma figura com identidade própria

A consolidação de Michelle como um nome viável à sucessão presidencial ganhou força após pesquisas de opinião indicarem vantagem da ex-primeira-dama sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um eventual segundo turno. De acordo com levantamento da Futura Inteligência, divulgado ao final de março, Michelle venceria Lula com 35,3% contra 29,9% dos votos.
No campo político, Michelle se destaca à frente do PL Mulher, movimento que tem ampliado sua presença nacional. A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, afirma: “Rodei o Brasil com ela nas eleições municipais. Onde quer que se vá, agora tem um braço da Michelle”. Para Leão, além de representar um nome forte, ela “traria um lado muito humano para a candidatura e para a Presidência”.
Outro entusiasta é o pastor Silas Malafaia, influente entre os evangélicos: “Antigamente, Michelle só sabia falar o ‘evangeliquês’. Agora, ela fala politicamente para fora. As pesquisas mostram Michelle pontuando melhor do que nomes como Tarcísio, Zema e Ratinho”. Segundo Malafaia, seu discurso evoluiu ao ponto de abordar temas amplos e politicamente simbólicos, como no episódio em que recordou falas de ministros do STF sobre mulheres presas, durante um comício em Brasília.
Nos bastidores, já circulam nomes cogitados como possíveis vices em uma eventual chapa. Segundo apurou o Poder360, os senadores Rogério Marinho e Ciro Nogueira são avaliados como alternativas viáveis, embora não haja definição.
Com Bolsonaro inelegível até 2030, após decisão do TSE que o condenou por abuso de poder e uso indevido da mídia, a ex-primeira-dama surge como figura que pode manter vivo o legado bolsonarista e ainda agregar novos setores à base conservadora.