27.8 C
Goiânia
spot_img

“É preciso fazer com que mentir volte a ser errado”, defende ministro Luís Roberto Barroso

Segundo o ministro, o avanço das plataformas digitais trouxe efeitos profundos na vida pública, entre eles a circulação irrestrita de informações

Foto: reprodução

Ao abrir o 4º Encontro Nacional de Comunicação do Poder Judiciário, nesta quinta-feira, 22, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luís Roberto Barroso, fez um forte apelo pela valorização da verdade e criticou o uso estratégico da mentira na política contemporânea. “É preciso fazer com que mentir volte a ser errado, para que as pessoas formem suas opiniões sobre fatos reais”, afirmou, dando o tom do debate que se estende até esta sexta, 23, em Brasília.

Segundo o ministro, o avanço das plataformas digitais trouxe efeitos profundos na vida pública, entre eles a circulação irrestrita de informações, o fortalecimento de bolhas sociais e o declínio da imprensa tradicional. Nesse contexto, alertou: “Nós passamos a viver o mundo das narrativas próprias, e cada tribo cria a sua própria”, destacando que “nessas narrativas, a mentira passa a ser uma estratégia política”.

Barroso também abordou o papel do Judiciário em meio às disputas narrativas. Por decidir sobre temas sensíveis da sociedade, disse, o sistema de Justiça se tornou alvo recorrente de ataques e desconfianças. Como resposta, defendeu o aprimoramento da comunicação institucional, com foco na clareza: “Não por outra razão, nós aprovamos, no Encontro Nacional do Poder Judiciário de 2023, o Pacto pela Linguagem Simples”.

Para ele, o combate à desinformação exige tanto um Judiciário mais acessível quanto uma imprensa ativa: “Os fatos objetivos precisam ser compartilhados. Esse é o papel da imprensa”, concluiu.

Aline Coelho

spot_img
spot_img
Últimas Notícias
Notícias relacionadas
spot_imgspot_img