Foram expedidos mandados de prisão contra cinco suspeitos ligados ao C4, além de buscas em seis locais distribuídos entre Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais

A Polícia Federal descobriu a existência de um suposto grupo de extermínio que mantinha uma lista com nomes de ministros do Supremo Tribunal Federal e parlamentares. A facção, que se autodenomina C4 (Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos), é investigada por envolvimento em espionagem e execuções sob encomenda.
As autoridades identificaram uma tabela de preços com valores cobrados para monitorar diferentes tipos de autoridades: R$ 100 mil para deputados, R$ 150 mil para senadores e até R$ 250 mil para ministros do STF. A PF ainda apura se houve alguma tentativa concreta de atentado contra esses alvos.
A investigação ganhou força a partir do assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023, em Cuiabá (MT). Conhecido como “lobista dos tribunais”, Zampieri foi executado a tiros na porta de seu escritório. Ele era peça central de um inquérito sobre a venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). As mensagens encontradas em seu celular indicavam negociações de decisões judiciais e levaram ao aprofundamento das investigações.
Nesta quarta-feira, 28, a PF deflagrou a sétima fase da Operação Sisamnes. Foram expedidos mandados de prisão contra cinco suspeitos ligados ao C4, além de buscas em seis locais distribuídos entre Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. O ministro Cristiano Zanin, do STF, autorizou as ações e está à frente do caso envolvendo a suposta comercialização de sentenças judiciais.
Zanin também determinou medidas cautelares aos investigados, incluindo recolhimento domiciliar noturno, proibição de comunicação entre os suspeitos, apreensão de passaportes e impedimento de saída do país.