Em tom de compromisso político, o petista disse que, na sua idade, não tem mais medo de nada, exceto de frustrar quem sempre esteve ao seu lado

Durante cerimônia do programa Terra da Gente em Ortigueira, no interior do Paraná, nesta quinta-feira, 29, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou forte emoção ao agradecer o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pelo apoio durante os 580 dias em que esteve preso em Curitiba, entre 2018 e 2019. “Eu, se tivesse acesso a todo o ouro do mundo, ainda assim eu não poderia pagar a gratidão que eu tenho a vocês pelo o que vocês fizeram em Curitiba”, declarou.
Lula relembrou a vigília mantida pelo MST em frente à sede da Polícia Federal e afirmou que o carinho dos militantes o sustentou diariamente: “Vocês não sabem o que é estar preso e ouvir, de domingo a domingo: ‘bom dia, presidente Lula’, ‘boa tarde, presidente Lula’, ‘boa noite, presidente Lula’.”
Em tom de compromisso político, o petista disse que, na sua idade, não tem mais medo de nada, exceto de frustrar quem sempre esteve ao seu lado. “A única coisa que eu tenho medo é de trair a confiança que vocês depositaram em mim em toda a minha vida política”, afirmou.
Lula também saiu em defesa do MST, destacando que o movimento não age de forma ilegal e, segundo ele, luta apenas para garantir o cumprimento da Constituição. “Essa minha gratidão não é pelos sem-terra do Paraná, essa minha gratidão é pelos sem-terra do Brasil. (…) A luta de vocês é para cumprir a Constituição”, frisou o presidente.
A cerimônia marcou ainda a entrega oficial de assentamentos a 440 famílias na comunidade Maila Sabrina, reforçando a agenda agrária do governo. Ao lado de lideranças locais e nacionais do MST, Lula buscou reforçar a aliança histórica com os movimentos sociais ligados à terra, resgatando simbolicamente sua trajetória política e os compromissos assumidos com a reforma agrária.