Em pronunciamento marcado por críticas contundentes, presidente nega discurso de ódio e reforça posição sobre os ataques na Faixa de Gaza
No dia 3, durante uma coletiva de imprensa em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a condenar duramente as ações militares de Israel contra a população palestina e rechaçou as acusações de antissemitismo feitas pela embaixada israelense no Brasil. Em suas palavras, os ataques não representam um confronto legítimo, mas sim uma ação desproporcional e cruel contra civis indefesos.
“Você não pode, a pretexto de encontrar alguém, matar mulheres e crianças, deixar crianças com fome”, disse Lula ao reforçar sua indignação com os bombardeios na região. “O que está acontecendo em Gaza não é uma guerra. É um exército matando mulheres e crianças”, acrescentou o presidente.
As falas do petista vieram em resposta a uma nota oficial emitida pela representação diplomática de Israel no dia 2, que criticava declarações feitas por Lula no sábado, dia 31, e o acusava de fomentar o antissemitismo. Sem recuar, o presidente reagiu: “Vem dizer que é antissemitismo? Tem que parar com esse vitimismo”.
Lula ainda citou vozes internas de Israel que se opõem à ofensiva militar. “Todas as pessoas de bom senso no mundo, inclusive gente do povo de Israel, já disseram que isso não é mais guerra, é genocídio”, afirmou, fazendo menção a lideranças e militares israelenses críticos à condução da guerra.
Para o presidente, a responsabilidade pelo que ocorre em Gaza não recai sobre o povo judeu, mas sobre decisões políticas do atual governo israelense. “É a morte de mulheres e crianças que não estão participando de guerra. É a decisão de um governo que nem o povo judeu quer. Nem o povo judeu quer”, declarou. “Não dá, como ser humano, aceitar isso como se fosse uma guerra normal, sabe? Não é.”
