Ministro do STF contesta depoimento do ex-comandante do Exército e levanta suspeitas de contradições diante das investigações da Polícia Federal

Durante audiência no Supremo Tribunal Federal, no dia 3, o clima esquentou entre o ministro Alexandre de Moraes e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército. As tensões cresceram à medida que o magistrado questionava a veracidade das declarações prestadas por Gomes, tanto ao STF quanto à Polícia Federal, no processo que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado.
A sessão foi marcada por uma fala direta e incisiva de Moraes, que repreendeu o militar: “Antes de responder, pense bem. A testemunha não pode deixar de falar a verdade. Se mentiu na polícia, tem que falar que mentiu na polícia. Não pode agora no STF dizer que não sabia… Ou o senhor falseou a verdade na polícia ou está falseando aqui”.
O depoimento de Freire Gomes ao STF, ocorrido no dia 2, buscava afastar qualquer suspeita de envolvimento do almirante Garnier, também investigado. Segundo o general, não houve indício de conspiração: “Eu estava focado na minha lealdade de ser franco ao presidente do que nós pensávamos. O brigadeiro também foi contrário a qualquer coisa naquele momento. E como fui muito enfático naquele momento, que eu me lembro o ministro da defesa ficou calado, e o almirante Garnier apenas demonstrou o respeito ao comandante chefe das Forças Armadas, não interpretei como qualquer tipo de conluio”.
As imagens da sessão, liberadas pelo STF, mostram a tensão crescente no julgamento, evidenciando o peso político e institucional da investigação. Moraes indicou que os relatos do general apresentaram inconsistências graves e que podem comprometer a credibilidade da testemunha no processo.