A revelação acendeu o alerta sobre um possível “jogo duplo” do delator, levantando questionamentos sobre a veracidade das informações prestadas ao STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu, nesta sexta-feira, 13, a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. O pedido veio após reportagem da revista Veja revelar que Cid teria mentido ao Supremo Tribunal Federal (STF) em depoimento recente.
Segundo a reportagem, Cid descumpriu determinação do ministro Alexandre de Moraes ao manter contato com terceiros durante as investigações — o que violaria as medidas restritivas impostas. Em interrogatório no último dia 9, o militar afirmou que não usou redes sociais durante o período. No entanto, a Veja publicou prints de conversas atribuídas a ele, realizadas sob um perfil chamado “Gabriela R”, em que interage com aliados de Bolsonaro e dá versões conflitantes às que apresentou no acordo de delação.
A revelação acendeu o alerta sobre um possível “jogo duplo” do delator, levantando questionamentos sobre a veracidade das informações prestadas ao STF.
Pelas redes sociais, Bolsonaro declarou:
“Essa delação deve ser anulada. Braga Netto e os demais devem ser libertos imediatamente. E esse processo político disfarçado de ação penal precisa ser interrompido antes que cause danos irreversíveis ao Estado de Direito em nosso país.”
O caso pode impactar diretamente investigações em curso contra o ex-presidente e aliados, inclusive sobre suposta tentativa de golpe de Estado. Até o momento, nem o STF nem a Procuradoria-Geral da República se pronunciaram oficialmente sobre a denúncia.